Verônica Souza

Um dia de feriado

Eu organizei a semana útil de uma forma tão estruturada que quando tem feriado ou chega o final de semana pareço perdida.

Costumo dizer para as minhas filhas que elas têm uma rotina de princesa, pois seus dias são repletos de tantas atividades, e não qualquer atividade, mas sim, aquelas que elas mesmas escolheram realizar.

Hoje é uma segunda-feira, dia 20/11 e é feriado – Consciência Negra – e qual era a programação? Nenhuma! Simplesmente deixar fluir.

Apesar de inúmeras tarefas que poderia fazer da empresa, eu simplesmente deixei fluir, procurei sentir o meu coração e agir. Então acordei, tentei lembrar do meu sonho, mas não consegui, fui para a academia e antes de treinar escrevi no meu diário, lá no clube. Este momento foi muito especial, porque de fato me conectei com a minha alma. (amo conversar com Deus através da minha alma). Malhei e dei duro! E durante este processo escutei a palestra “Estejamos maravilhados” da pastora Joyce Maya. Suor e lágrimas se misturaram.

Passei no mercado e decidi fazer um belo almoço. Cheguei em casa e a Clara pediu para que eu penteasse seu cabelo! Ela ficou linda, mesmo depois de chorar um pouco para desembaraçá-lo, rotina das cacheadas. Enquanto tomava banho ouvi uns gritos, depois a Clara chorando, ainda de toalha sentamos todas na sala e contei a elas que quando eu era pequena meus pais brigavam muito por causa do alcoolismo, então, eu sempre estava atenta e ao menor tom mais alto meu coração já acelerava e eu tinha medo se seria mais um dia “daqueles”. Fiz um paralelo e disse que me recordo disso e meu coração acelera, fico agitada e chateada quando elas gritam umas com as outras. Aproveitei o momento para ensiná-las a conversarem a partir de suas necessidades e compreendendo isso encontrarem a melhor solução para o conflito. Laura queria ficar no escritório com a porta fechada para abafar o som da música que Sara escutava enquanto arrumava a casa (que até então entendia ser a tarefa mais importante e acreditava ter mais direitos), pois ela estava jogando com a prima Lavínia no celular e não a estava escutando. Clara partiu em defesa da Laura e bateu na Sara e Sara queria a porta aberta para sentir o vento de fora, Laura sugeriu ligar o ventilador, mas Sara não aceitou e assim elas não encontravam solução nenhuma.

A partir de pequenas questões assim, afloramos o nosso pior lado, partimos para gritaria, até mesmo batemos naquelas pessoas que mais amamos e ainda achamos “normal”. Pedi a elas um esforço maior em compreender as necessidades de cada uma, pois tenho certeza que dessa forma o resultado será de união.

Laura chorou, o que já era esperado devido ao seu temperamento. Clara não compreendeu muito, mas ela tem o tempo dela e Sara se conscientizou facilmente.

Tudo se acalmou, Laura e eu fomos preparar o almoço, Sara terminar de arrumar a casa e Clara foi ajudar, uma perfeita harmonia. Almoçamos as quatro e aprendemos com a situação a ser mais dóceis com quem amamos.

Chegou a tarde, hora de arrumar a cozinha e tinha louça – é a vida! Clara dormiu um pouco, Sara saiu com o pai, Melissa veio brincar com a Laura e eu fui ver um filme!

A não rotina também é rica. Deixar fluir e aproveitar o inesperado nos proporciona grandes aprendizados. Parei para escrever e tchau porque vou fazer a janta…

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Em meio à correria da vida moderna, muitas vezes esquecemos de apreciar as pequenas maravilhas que compõem nossa rotina diária. Minha missão é compartilhar pensamentos inspiradores que ajudem as pessoas a redescobrirem o encanto em suas atividades cotidianas.

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